Hoje em dia, as pessoas já querem começar uma rotina de skincare desde muito cedo. Eu vou explicar aqui para vocês quais são os ativos dos cremes anti idade que têm mais comprovação científica de resultado, o que vocês devem procurar nos produtos que forem utilizar. 

Os cremes anti-idade são uma categoria popular de produtos de cuidados com a pele, projetados para prevenir ou combater os sinais visíveis do envelhecimento e promover uma aparência mais jovem. 

Existem diversos ingredientes ativos que podem ser encontrados nesses cremes, cada um com seus benefícios específicos. E alguns, infelizmente, provavelmente sem eficácia.

 Neste texto, destacarei alguns dos melhores ativos presentes nos cremes anti idade.

Filtro solar

Não vou me ater aqui a falar sobre filtro solar porque tenho já esse post super explicativo sobre ele. 

Não existe nenhum creme que seja tão eficaz na luta anti envelhecimento quanto o filtro solar. Então, se você está realmente querendo algo eficaz para isso, o mais importante na sua rotina será o protetor de uso diário, com reaplicação.

Retinol: um potente ativo anti idade:

O retinol é derivado da vitamina A e é um dos ingredientes mais eficazes para combater os sinais de envelhecimento. 

Ele ajuda a aumentar a produção de colágeno, reduzir as rugas, melhorar a textura da pele e minimizar os poros. Além disso, o retinol também tem propriedades antioxidantes, que ajudam a proteger a pele dos danos causados pelos radicais livres.

O retinol é um tipo de retinóide. Embora os retinóides sejam amplamente considerados ingredientes eficazes no cuidado da pele, nem todos os retinoides são iguais em termos de eficácia. Existem diferentes tipos de retinóides disponíveis, com diferentes níveis de potência e atividade na pele.

Quais são os tipos de cremes de retinóides?

Os retinóides são divididos de acordo com sua eficácia. Os mais potentes costumam ser também os mais irritantes e por isso é preciso ter cautela na hora de escolher. 

Existem três tipos de retinóides: retinol, retinaldeído e ácido retinóico. Vou falar um pouco sobre cada um deles.

Qual a diferença entre retinol, retinaldeído e ácido retinóico, afinal?

RETINOL:

  • É um dos retinóides mais comumente encontrados em produtos de cuidados com a pele de venda livre. 
  • Mais suave e amplamente disponível em produtos de cuidados com a pele
  • Benefícios antienvelhecimento sem irritação excessiva
  • É convertido em ácido retinóico na pele e tem benefícios antienvelhecimentos, como aumento da produção de colágeno, redução de rugas e melhoria da textura da pele. 
  • Menos potente em comparação com os retinóides de prescrição, os ácidos retinóicos.
  • Uma escolha adequada para iniciantes ou pessoas com pele sensível.

ÁCIDO RETINÓICO

  • São os mais potentes e chamados de retinóides de prescrição, pois costumam ser vendidos apenas com receita médica
  • São eles: tretinoína, adapaleno e tazaroteno
  • Muito usados em acne
  • Ótimos para anti envelhecimento, mas são mais irritantes, causando vermelhidão e descamação, principalmente nas peles sensíveis
  • É recomendado para pessoas que têm experiência prévia com retinóides e uma pele mais tolerante

RETINALDEÍDO

  • Retinóide de ação intermediária entre o retinol e o ácido retinóico
  • Mais potente do que o retinol, porém geralmente causa menos irritação e sensibilidade na pele do que retinóides de prescrição
  • É uma opção intermediária entre o retinol e o ácido retinóico, oferecendo uma eficácia maior do que o retinol, mas com menos potencial de irritação em comparação com o ácido retinóico
  • É um derivado do retinol e é convertido em ácido retinóico na pele, assim como o retinol
  • Propriedades antienvelhecimento, suaviza linhas e rugas, melhora textura da pele e uniformiza o tom

É importante lembrar que qualquer retinóide pode causar irritação e sensibilidade na pele, especialmente no início do uso. Portanto, é recomendado iniciar com concentrações mais baixas e aumentar gradualmente a frequência de uso, conforme a tolerância da pele.

É sempre aconselhável consultar um dermatologista antes de iniciar o uso de qualquer tipo de retinóide, para obter recomendações adequadas e personalizadas ao seu tipo de pele e necessidades específicas.

Qual é o melhor? Retinol, retinaldeído ou ácido retinóico?

A escolha entre retinol, retinaldeído ou ácido retinóico (tretinoína) depende de vários fatores, incluindo suas necessidades individuais, tipo de pele e sensibilidade. 

Não adianta pensar em escolher um mais potente, para uma pele sensível, que talvez acabe precisando suspender o uso. Assim como um retinol pode não ser eficaz caso minha intenção seja melhorar espinhas.

A escolha ideal dependerá das suas preferências pessoais e do estado da sua pele. 

Se você está apenas começando a usar retinóides ou tem pele sensível, o retinol pode ser uma boa opção. Se você está procurando uma eficácia maior, mas com menos potencial de irritação, o retinaldeído pode ser uma escolha intermediária. 

Já o ácido retinóico é recomendado para aqueles que buscam uma abordagem mais intensiva, mas requer supervisão médica.

Em qualquer caso, é sempre aconselhável consultar um dermatologista para obter recomendações personalizadas e orientações adequadas ao seu tipo de pele e necessidades individuais.

creme anti idade retinoides

Antioxidantes:

 Os antioxidantes, como a vitamina C e a vitamina E, são essenciais para proteger a pele contra os danos causados pelos radicais livres.

 Eles ajudam a prevenir o envelhecimento precoce, reduzir manchas escuras e melhorar a luminosidade da pele. Além disso, os antioxidantes também podem ajudar a reparar danos existentes, proporcionando uma aparência mais jovem.

Sabemos que os antioxidantes são ótimos aliados aos protetores solares, e podem aumentar a eficácia da proteção. É como se adicionássemos “soldados” na luta contra a radiação. 

Com o uso de antioxidantes por baixo dos protetores solares, provavelmente o tempo de ação do filtro na pele deve aumentar, ou seja, pode ser que o intervalo de aplicação precise ser menor

O antioxidante mais conhecido e amado pelos pacientes é a vitamina C. Mas nem toda pele se dá bem com ela. 

Algumas podem ficar mais oleosas, com espinhas ou ainda desenvolver reações alérgicas. Existem outros antioxidantes que podemos substituir nesse caso. Esses outros antioxidantes também podem ser combinados à vitamina C em formulações.

Os produtos com vitamina C podem ser mais direcionados para uma pele oleosa, em geral combinados com ácido salicílico, ou para uma pele mais seca, combinados com vitamina E e ácido ferúlico. Por isso é importante escolher junto ao seu dermatologista o produto ideal para a sua pele.

Veja alguns outros antioxidantes: 

Vitamina E: 

A vitamina E é um antioxidante poderoso que ajuda a proteger a pele contra os danos dos radicais livres e a prevenir o envelhecimento precoce. 

Ela também pode ajudar a melhorar a hidratação da pele e suavizar a aparência de linhas finas. Em geral ela é adicionada aos cremes que tratam mais as peles maduras, porque podem deixar a formulação mais hidratante e com menor controle de oleosidade

Coenzima Q10 (CoQ10): 

A CoQ10 é um antioxidante naturalmente presente no corpo e desempenha um papel importante na produção de energia celular.

 Ela também atua como um antioxidante na pele, protegendo-a contra danos ambientais. A CoQ10 pode ajudar a diminuir os sinais de envelhecimento e melhorar a aparência geral da pele.

Resveratrol: 

O resveratrol é um antioxidante encontrado em certas plantas e alimentos, como uvas vermelhas e vinho tinto. Ele possui propriedades antiinflamatórias e antioxidantes, que ajudam a proteger a pele contra o estresse oxidativo e a melhorar a aparência geral da pele.

Extrato de chá verde: 

O chá verde contém catequinas, que são antioxidantes potentes. 

O extrato de chá verde é conhecido por suas propriedades calmantes e antioxidantes, que podem ajudar a reduzir a vermelhidão e a inflamação da pele, além de protegê-la contra danos ambientais.

Ácido ferúlico: 

O ácido ferúlico é um antioxidante encontrado em certas plantas. Ele possui propriedades antioxidantes, antiinflamatórias e fotoprotetoras, que podem ajudar a proteger a pele contra danos causados pelos raios UV e a melhorar a aparência geral da pele.

 É muito comumente combinado a produtos com vitamina C, pois a associação de vitamina C com ácido ferúlico é super eficaz

É importante notar que a eficácia dos antioxidantes pode variar de pessoa para pessoa e também depende da concentração e da formulação do produto e de como é feito para que aquele produto se mantenha estabilizado. A vitamina C é muito facilmente degradada e por isso, recomendo sempre investir em marcas mais consagradas, para garantir que está realmente utilizando um produto que funciona. 

Ácido Hialurônico: 

O ácido hialurônico é uma substância naturalmente presente na pele, responsável por manter a hidratação e a elasticidade. 

Com o envelhecimento, a produção de ácido hialurônico diminui, levando ao ressecamento e à formação de rugas. Ao aplicar cremes com ácido hialurônico, a pele fica mais hidratada e as linhas finas são suavizadas.

No entanto, a capacidade do ácido hialurônico de penetrar na pele depende de vários fatores, como o tamanho molecular da molécula de ácido hialurônico e a formulação do produto em que ele é encontrado. 

As moléculas de ácido hialurônico de alto peso molecular são maiores e têm mais dificuldade em penetrar nas camadas mais profundas da pele. Em cremes, o ácido hialurônico de alto peso molecular tende a permanecer na superfície da pele, fornecendo hidratação e formando uma película protetora.

Por outro lado, existem também moléculas de ácido hialurônico de baixo peso molecular que possuem tamanho menor e podem penetrar mais facilmente na pele. Essas formas de ácido hialurônico de baixo peso molecular talvez ajudem a aumentar a hidratação das camadas mais profundas da pele e proporcionam benefícios adicionais, como estimular a produção de colágeno e elastina. Porém, sabemos que sua capacidade de penetração na pele é limitada e temporária.

 A maioria dos benefícios do ácido hialurônico quando aplicado topicamente é derivada de sua capacidade de reter a umidade na superfície da pele, melhorando sua hidratação e proporcionando uma aparência mais volumosa e suave.

Para obter benefícios mais significativos do ácido hialurônico, especialmente em relação ao preenchimento de rugas e linhas finas, é comum recorrer a tratamentos injetáveis, como preenchimentos, que são capazes de fornecer uma maior concentração do ácido hialurônico diretamente nas camadas mais profundas da pele.

Em resumo, embora o ácido hialurônico possa fornecer hidratação e benefícios à superfície da pele quando aplicado como creme, sua capacidade de penetrar nas camadas mais profundas da pele é limitada. 

Para resultados mais significativos, tratamentos mais direcionados no consultório podem ser necessários.

Costumo explicar que o ácido hialurônico em cremes é importante sim, mas tem que ser encarado como um bom hidratante. Para efeito realmente anti-aging, é importante colocar ativos como retinóides e antioxidantes. 

Cremes de colágeno funcionam?

Infelizmente, Não!

Minha dica é: não gaste seu dinheiro com cremes a base de colágeno ou peptídeos de colágeno.

Os cremes de colágeno afirmam ajudar a melhorar a aparência da pele, fornecendo colágeno externamente. No entanto, a molécula de colágeno é grande demais para penetrar efetivamente na pele por meio de aplicação tópica.

 Isso significa que, quando aplicado na forma de um creme, o colágeno tem dificuldade em alcançar as camadas mais profundas da pele, onde é necessário para estimular a produção natural de colágeno.

Para uma abordagem mais eficaz no estímulo à produção de colágeno, no consultório dermatológico podem ser realizados procedimentos bioestimuladores, como sculptra, ultrassom microfocado, laser e fios de PDO.

Além disso, adotar hábitos de vida saudáveis, como uma dieta equilibrada, exercícios regulares e proteção solar adequada, também pode ajudar a manter a saúde e a aparência da pele ao longo do tempo. 

Peptídeos: Os peptídeos são pequenas cadeias de aminoácidos que desempenham um papel importante na produção de colágeno e elastina. Ao estimular a produção dessas proteínas, os cremes com peptídeos podem ajudar a melhorar a firmeza e a elasticidade da pele, reduzindo rugas e flacidez.

Quando começar a usar creme anti idade?

Desde a infância! Pode parecer confuso, mas não estou falando aqui sobre usar ácidos ou antioxidantes na criança. Como falei, o principal produto anti idade é o protetor solar e ele é iniciado após os seis meses de idade.

Já para iniciar os outros ativos, o ideal é após 20 a 25 anos. Mas não há nenhum problema se quiser iniciar mais cedo.

Concluindo, qual creme antienvelhecimento escolher? 

De acordo com seu tipo de pele, o dermatologista pode optar pelo uso de antioxidantes ou retinóides. 

O ácido hialurônico vem como coadjuvante no tratamento antiidade, com a função de hidratar. Outros ativos, que não comentei no texto, como ácido glicólico e outros, têm menor função anti-aging, mas atuam na uniformização no tom e textura da pele, e também podem ser interessantes.

É importante ressaltar que a eficácia dos cremes anti idade pode variar de pessoa para pessoa, e é necessário manter uma rotina consistente de cuidados com a pele para obter os melhores resultados. 

Além disso, é sempre recomendado consultar um dermatologista antes de iniciar o uso de qualquer produto novo, para garantir que seja adequado às necessidades individuais e evitar possíveis reações alérgicas.

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